O nome “Antioquia” foi dado a pelo menos 17 urbes turcas, mas apenas duas constituem actualmente referências políticas e bíblicas: Antioquia da Síria (a actual Antakya), ponto de partida e chegada da primeira viagem missionária paulina, e Antioquia da Pisídia, na Ásia Menor (hoje Turquia).
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Arqueduto romano em Antioquia da Pisidia |
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Localizada no Sul do país, na província de Esparta, Antioquia da Pisídia terá sido fundada três séculos antes de Cristo. Na verdade, esta cidade situava-se na Frígia, perto da fronteira com a Pisídia. Para a distinguir da outra Antioquia, os historiadores chamavam-lhe, muitas vezes, `Antioquia Pisidiana`. Contudo, ainda se nota alguma confusão na literatura antiga e moderna sobre este assunto.A cidade era atravessada por duas estradas, de Norte para Sul e de Ocidente para Oriente. A sua importância estratégica, acentuada pela localização numa área que continua a ser caracterizada pela fertilidade dos terrenos agrícolas, elevou-a a uma posição de relevo no Império Romano, cuja cultura terá influenciado profundamente os seus cem mil habitantes.
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Antioquia da Pisídia
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Entre os vestígios contam-se um pórtico monumental, um estádio e um teatro, um estabelecimento para banhos públicos e um aqueduto, além de traços de um templo dedicado à deusa-mãe Cibele (deusa frígia).A relevância de Antioquia não seria desconhecida de Paulo. A narrativa dos Atos dos Apóstolos assinala que o apóstolo e os seus companheiros entraram a um Sábado na sinagoga (At 13,14). Foi o início de uma mudança que haveria de transfigurar o cristianismo.
De acordo com a liturgia judaica, a seguir à leitura dos textos da Lei e dos Profetas, incluídos no conjunto de livros presentemente denominado “Antigo Testamento”, os chefes da sinagoga convidaram a assembleia a tomar a palavra. Paulo não se fez rogado.
A sua intervenção começou por procurar demonstrar que Jesus é o único cumpridor das promessas descritas nos textos bíblicos. Depois, centrou-se na ressurreição de Cristo, convicção que desde muito cedo foi um dos elementos nucleares do anúncio feito pela Igreja (At 13,16-37).
O assunto deve ter suscitado interesse, desde logo porque alguns judeus e próximos do judaísmo se converteram, e sobretudo porque Paulo foi convidado a retomar o tema no Sábado seguinte (At 13,42).
Nesse dia, prossegue o texto do Novo Testamento, “quase toda a cidade se reuniu” para ouvir o apóstolo (At 13,44), o que provocou a “inveja” dos judeus. Diante desta recusa, Paulo comunica que vai deixar de lhes dar prioridade na sua missão, passando a dirigir-se aos pagãos (At 13,46).
Além de abrir o cristianismo ao mundo, esta “libertação” implicou o corte com alguns dos preceitos litúrgicos e teológicos do judaísmo, exigindo, em contrapartida, a criação de novas estratégias de anúncio do Evangelho adaptadas a povos que desconheciam a tradição bíblica.
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Ruínas da igreja de São Paulo em Antioquia da Pisídia |
As ruínas da igreja de São Paulo em Antioquia testemunham o apreço que algumas comunidades eclesiais tinham pelo apóstolo. O templo, que terá sido construído no final do século IV, foi sede de episcopado e é um dos maiores do cristianismo daquela era.
A cidade foi destruída pelos árabes em 713. As tentativas de reconstrução nunca conseguiram recuperar o apogeu do passado. O abandono definitivo ocorreu na segunda metade do século XIII.Rui Martins, Turquia (a Agência ECCLESIA viaja a convite da Geostar)
Paz e Bem!
ABBA
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