terça-feira, 28 de junho de 2011

Percorrendo os caminhos de São Paulo V

1º Viagem Missionária
Evangelizadores: Barnabé, Saulo
Destino:  Antioquia da Síria, Selêucia, Salamina, Pafos, Perge, Antioquia da Pisídia, Icônio, Listra, Derbe e Atália.
Duração: dois anos (46-48 DC)



O nome “Antioquia” foi dado a pelo menos 17 urbes turcas, mas apenas duas constituem actualmente referências políticas e bíblicas: Antioquia da Síria (a actual Antakya), ponto de partida e chegada da primeira viagem missionária paulina, e Antioquia da Pisídia, na Ásia Menor (hoje Turquia).
Arqueduto romano em Antioquia da Pisidia

Localizada no Sul do país, na província de Esparta, Antioquia da Pisídia terá sido fundada três séculos antes de Cristo. Na verdade, esta cidade situava-se na Frígia, perto da fronteira com a Pisídia. Para a distinguir da outra Antioquia, os historiadores chamavam-lhe, muitas vezes, `Antioquia Pisidiana`. Contudo, ainda se nota alguma confusão na literatura antiga e moderna sobre este assunto.
A cidade era atravessada por duas estradas, de Norte para Sul e de Ocidente para Oriente. A sua importância estratégica, acentuada pela localização numa área que continua a ser caracterizada pela fertilidade dos terrenos agrícolas, elevou-a a uma posição de relevo no Império Romano, cuja cultura terá influenciado profundamente os seus cem mil habitantes.
Antioquia da Pisídia
Entre os vestígios contam-se um pórtico monumental, um estádio e um teatro, um estabelecimento para banhos públicos e um aqueduto, além de traços de um templo dedicado à deusa-mãe Cibele (deusa frígia).
A relevância de Antioquia não seria desconhecida de Paulo. A narrativa dos Atos dos Apóstolos assinala que o apóstolo e os seus companheiros entraram a um Sábado na sinagoga (At 13,14). Foi o início de uma mudança que haveria de transfigurar o cristianismo.
De acordo com a liturgia judaica, a seguir à leitura dos textos da Lei e dos Profetas, incluídos no conjunto de livros presentemente denominado “Antigo Testamento”, os chefes da sinagoga convidaram a assembleia a tomar a palavra. Paulo não se fez rogado.
A sua intervenção começou por procurar demonstrar que Jesus é o único cumpridor das promessas descritas nos textos bíblicos. Depois, centrou-se na ressurreição de Cristo, convicção que desde muito cedo foi um dos elementos nucleares do anúncio feito pela Igreja (At 13,16-37).
O assunto deve ter suscitado interesse, desde logo porque alguns judeus e próximos do judaísmo se converteram, e sobretudo porque Paulo foi convidado a retomar o tema no Sábado seguinte (At 13,42).
Nesse dia, prossegue o texto do Novo Testamento, “quase toda a cidade se reuniu” para ouvir o apóstolo (At 13,44), o que provocou a “inveja” dos judeus. Diante desta recusa, Paulo comunica que vai deixar de lhes dar prioridade na sua missão, passando a dirigir-se aos pagãos (At 13,46).
Além de abrir o cristianismo ao mundo, esta “libertação” implicou o corte com alguns dos preceitos litúrgicos e teológicos do judaísmo, exigindo, em contrapartida, a criação de novas estratégias de anúncio do Evangelho adaptadas a povos que desconheciam a tradição bíblica.
Ruínas da igreja de São Paulo em Antioquia da Pisídia

As ruínas da igreja de São Paulo em Antioquia testemunham o apreço que algumas comunidades eclesiais tinham pelo apóstolo. O templo, que terá sido construído no final do século IV, foi sede de episcopado e é um dos maiores do cristianismo daquela era.
A cidade foi destruída pelos árabes em 713. As tentativas de reconstrução nunca conseguiram recuperar o apogeu do passado. O abandono definitivo ocorreu na segunda metade do século XIII.Rui Martins, Turquia (a Agência ECCLESIA viaja a convite da Geostar)

Paz e Bem!
ABBA

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